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domingo, 17 de janeiro de 2010

Cerveja de milho???

Sempre que viajamos, Gilson e eu aproveitamos que as cervejas dos países que visitamos são muito melhores do que as brasileiras. Mas a gente não comenta muito isso, porque até parece esnobismo, principalmente se for no momento em que estamos numa mesa de bar com os amigos.

Agora vejam. Tomamos conhecimento de um artigo do Prof. Rogério Cezar de Cerqueira Leite, intitulado
Cerveja: bebendo gato por lebre (FSP, 18/12/2009, Tendências/Debates - clique aqui para ler).

Para além do escândalo da formação de um monopólio descarado com a fusão da Brahma e da Antártica, ele nos informa da utilização da expressão "cereais maltados" para disfarçar o uso do milho, na proporção de quase três quartos dos cereais que entram na composição da cerveja fabricada no Brasil.

A gente sabe que em outros países o regulamento para a produção de cervejas admite como ingredientes apenas a cevada, o lúpulo e a água. Segundo o autor do artigo, o termo "malte" designa somente a cevada germinada. Mas aqui as fábricas espertinhas usam o termo para qualquer cereal mais barato que a cevada.

No mesmo espaço da Falha, ops!, Folha de SP, saiu o contraditório, assinado por Silvio Luiz Reichert, assim identificado: "químico, mestre cervejeiro pela Doemens Fachakademie, da Alemanha, é vice-presidente de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Anheuser-Busch Inbev". (Quer ler? Clique aqui.)

Junto, outro artigo do Cerqueira Leite, reafirmando o que dissera no primeiro e ainda mostrando que, nos rótulos das garrafas das grandes marcas nacionais de cerveja, há as expressões: "antioxidante INS 315" e "estabilizante INS 405". Mau sinal! Se nossas cervejas precisam desses produtos químicos, é porque sua fabricação não é mesmo honesta.

Mas até isso é fraudado no Brasil? Que coisa! Como disse o Gilson:

- Se houvesse honestidade, no rótulo estaria escrito "cerveja de milho". Uma sugestão de marca para esta cerveja falsificada seria "Maisveja!", com toda a ambiguidade da frase: mais de milho e veja de abra os olhos que está sendo enganado.

Além disso, um teste cego realizado pelo DataFolha (está na Falha, ops! Folhaonline de 26/11) com cinco marcas de cerveja resultou em que os degustadores não conseguiram identificar nenhuma das marcas, pois são todas iguais. Devem ser feitas do mesmo milho, não?

Cervejeiros e cervejeiras, uni-vos! Ou a gente vai continuar tomando cerveja de milho, com conservante e estabilizante? Argh...