Hoje já é sábado, 19/9, à noite. Ontem foi dia de visitar o Museu da Cidade de Kalgoorlie. Foi interessante, porque conta toda a história da cidade, desde a descoberta do ouro pelo Paddy Hannan. Deu para perceber que esse cara era um bronco, que falava pouco e não fazia amigos.
O museu tem uma torre, em forma de "shaft", que é a estrutura metálica usada para sustentar o elevador que desce a uma mina. Vejam a foto:
Nos idos da fundação, esta região era meio parecida com o velho oeste americano, tinha até carruagem igualzinha às diligências. Vejam:
O interessante é que, pela narrativa da exposição, não existia povo algum por aqui.
Aí, de repente, a gente dá de cara com uma vitrine que mostra objetos de madeira, com a informação: "brinquedos e ferramentas dos aborígenes". Mas esse é um povo invisível no museu...
Continuando a caminhada, a gente conhece a primeira enfermeira da cidade, por uma foto pendurada em uma galeria: aborígene! Aí conhece a primeira freira, os dois primeiros fotógrafos, as fotos da primeira expedição geológica, feita por dois ingleses, montados em camelos, seguidos por uma fileira de carregadores... aborígenes!
Descobrimos que o grande modernizador da região foi um tal Claude de Bernales, que chegou aqui não se sabe se vindo de Londres ou da América, casou-se com a filha de um rico dono de metalúrgica e se tornou o empresário e industrial que transformou a aventura amadorística do garimpo em negócio empresarial.
A água que abastece Kalgoorlie viaja 600 km em aqueduto que foi projetado por um engenheiro chamado O'Connor. A imprensa e o parlamento acharam seu projeto delirante, acusaram-no de corrupção e ele, então, sob muita pressão, acabou se matando da forma mais estranha: montado em um cavalo, entrou no mar e nunca mais foi visto.
Vejam o consultório do primeiro dentista (essa foto é para a Clélia!):
Vejam que preciosidade, este "reclame" do sabonete Lifebuoy (tem gente que lê este blogue e conheceu esse produto):
Algumas casas de pioneiros foram preservadas, como esta, com tudo arrumadinho lá dentro:
Quando a gente enfim chega ao mirante da torre metálica, tem uma boa vista da cidade, que, curiosamente, não tem prédios de apartamentos ou de escritórios:
O dia estava muito claro, o céu com algumas nuvens, e o vento gelado, soprando em todas as direções!!!
Mas a vista lá de cima é boa, compensa os 4 minutos que a gente suporta ficar no vento (hehehehe!)...
O mais interessante que vimos foi o que não pudemos fotografar: no início da cidade, foram criadas associações profissionais, meio parecidas com sindicatos, e todas tinham suas bandeiras enormes, pintadas a óleo: engenheiros, padeiros, costureiros... E havia uma associação cultural dos escoceses, chamada "Caledônia". Nas fotos, a gente vê que eles são meio rudes e gostam de esportes violentos, como luta-livre e box, além de corridas.
Por fim, uma foto com um daqueles avisos hilariantes, provocados por alguma situação inaceitável, ocorrida na "casinha" (ou "reservado", como escreveu o mexicano Juan Rulfo) de uma casa de pioneiros exposta no museu:
Um comentário:
Oi Bel e Gilson! Foi otimo ter lido esse post, pois com criança não dá pra ficar muito tempo em museu nem lendo tudo. Qdo a gente foi, passamos o olho nas fotos e descemos pra ver as pepitas gigantes de ouro (vcs viram?), mas varias coisas deixamos de ver (e o blog de vcs mostrou, que bom!). Beijos...
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