Austrália é um país rico.
Depois dessa viagem, quando disserem que é um Brasil que deu certo, não concordarei. Não há parâmetro de comparação para afirmar isso. São processos de formação e projetos de nação muito diferentes.
A Austrália me pareceu mais uma extensão da Inglaterra no portal de entrada para a Ásia. Ocupa ali uma posição estratégica de defesa dos interesses ingleses e americanos. É alinhada com a política estadunidense: tem tropas no Afeganistão e no Iraque, faz parte da Comunidade Britânica, é parlamentarista e cultua a rainha da Inglaterra.
Possui área quase do tamanho do Brasil, mas não tem mais que 25 milhões de habitantes, a maioria concentrada nas cidades do litoral. Os jogos de azar são liberados, os australianos são apostadores contumazes e há grande número de viciados em jogos. Conhecemos dois grandes cassinos e vimos muitas casas pequenas de apostas. Eles apostam mais em corridas de cavalos e corridas de cachorros.
A leitura dos jornais mostra que no país há escândalos de corrupção e também o crime organizado ligado à jogatina. Há pessoas riquíssimas, tipo megaempresários, mas não há, pelo menos aparentemente, o lado oposto da pobreza extrema. Dá a impressão de ser um país de classe média: consumismo e alienação, mas também qualidade de vida.
O processo de aniquilamento dos aborígenes é visível. Hoje eles são minoria, vivem de bolsas do Estado, sofrem com as doenças típicas dos brancos: alcoolismo e depressão, com alto índice de suicídios. Contraditoriamente, é a arte aborígene que parece ser a mais autêntica expressão da Austrália. Vimos nos museus mais arte aborígene do que a produzida pelos australianos de origem anglo-saxônica. É a preservação da cultura de um povo em extinção, que morre na realidade mas se mantém presente na arte.
5 comentários:
A próxima viagem é em Araxá Minas Gerais né?
Oi Bellucia !Seus comentários e análises me encantam. São sempre inteligentes e bem humorados.
Beijos, amiga. Aproveite bastante.
Clap, clap, clap!
Que mulher inteligente, meu Deus... :-)
Beijos!
Ei Bel, obrigada pelo recadinho tão amável... Realmente perdas são dificeis, ainda mais qdo estamos tao longe que nao conseguimos dar um abraço nos que choram lá do outro lado... Mas faz parte das nossas escolhas...
E você, vai continuar com o blog? Vc cogitou falar sobre outros temas, como politica, nao é? To aqui esperando! Adoro ler o que vc escreve!
Beijos...
Ah! ou entao registra suas experiencias no Brasil. Lecionar em Teresina me parece interessante demais... tirando o calor, que sei muito bem como é!!! rsrs
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