Hoje o luto chegou com força ao meu coração. O mundo perdeu Betta e eu me vejo tristemente obrigada a viver neste planeta sem poder vê-la e falar com ela.
Betta era cheia de vida, gramsciana de formação, antropóloga querida pelos educadores indígenas.
Escrevo para me despedir, mal vejo meu texto, tenho a vista embaçada por lágrimas que não consigo segurar.
Adeus, querida Betta. Guardo aqui, para sempre, o texto que você usou para se apresentar a quem quisesse sua amizade, seu afeto, seu carinho incondicional. Jamais esquecerei o privilégio de ter sido sua amiga.
Betta era cheia de vida, gramsciana de formação, antropóloga querida pelos educadores indígenas.
Escrevo para me despedir, mal vejo meu texto, tenho a vista embaçada por lágrimas que não consigo segurar.
Adeus, querida Betta. Guardo aqui, para sempre, o texto que você usou para se apresentar a quem quisesse sua amizade, seu afeto, seu carinho incondicional. Jamais esquecerei o privilégio de ter sido sua amiga.
As vezes sou mansa outras viro o cão
Algumas vezes me penso louca
noutras acho que não
sou fria, calculista,
sentimental, enamorada...
fico triste tipo vazia
fico brocha, fico pilhada
sou tantas coisas, quase tudo
sou também um quase nada
sou cada cheiro e perfume que respiro
sou poeira e asfalto
lama e concreto
objecto directo
linha reta mal traçada
sou efêmera e eterna
sou triste e engraçada
sou antiga e moderna
amorosa e leviana
boa e malvada
discuto filosofia, falo besteira
sou profunda e superficial
sou italiana, sou brasileira
mas não gosto de carnaval
bebo cachaça, bebo cerveja
há quem me veja bebendo licor
é um horror mas sou consumista,
sou elitista e aristocrata
luto pelo planeta
leio poesia e faço versos
escrevo músicas azuis
já plantei árvore,
já corri de vaca
já corri de cobra e quase morri
já amei bastante
já chorei demais
já sorri, gargalhei e dei risada
essa latinidade aflorada
esse ranço judaico-cristão
sou lógica e contraditória
mas tudo é estoria inventada
Algumas vezes me penso louca
noutras acho que não
sou fria, calculista,
sentimental, enamorada...
fico triste tipo vazia
fico brocha, fico pilhada
sou tantas coisas, quase tudo
sou também um quase nada
sou cada cheiro e perfume que respiro
sou poeira e asfalto
lama e concreto
objecto directo
linha reta mal traçada
sou efêmera e eterna
sou triste e engraçada
sou antiga e moderna
amorosa e leviana
boa e malvada
discuto filosofia, falo besteira
sou profunda e superficial
sou italiana, sou brasileira
mas não gosto de carnaval
bebo cachaça, bebo cerveja
há quem me veja bebendo licor
é um horror mas sou consumista,
sou elitista e aristocrata
luto pelo planeta
leio poesia e faço versos
escrevo músicas azuis
já plantei árvore,
já corri de vaca
já corri de cobra e quase morri
já amei bastante
já chorei demais
já sorri, gargalhei e dei risada
essa latinidade aflorada
esse ranço judaico-cristão
sou lógica e contraditória
mas tudo é estoria inventada
Um comentário:
Bel, a dor da saudade é implacável. O único conforto é lembrar que você não perdeu uma amiga, você ganhou uma pessoa especial que fez sua vida mais feliz pelo tempo que lhe coube.
Fique bem, querida!
Beijos
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