Tinha 14 anos quando ouvi falar do Chico Buarque pela primeira vez. Uma professora de Educação Moral e Cívica (eram os tempos da ditadura empresarial-militar) anunciou que ele, o rapaz autor de A Banda, iria visitar Araxá. E ficaria hospedado na casa dela.
Não sei se o então rapaz Chico ficou mesmo hospedado na casa daquela velhinha reacionária. Sei que, numa tarde, eu menina fiquei com o rosto colado à grade da casa de esquina, na rua Boa Vista, esperando ver o carinha no alpendre. E vi. Conversando animado, com uma das filhas da professora e outro cara que não pude saber quem era. Vi um sorriso que iluminava o rosto inteiro e me lembro de ter achado lindo o compositor carioca, que naquela época era assim:
Naquela época eu curtia suas músicas numa tal Rádio Mundial, que captava em ondas curtas no velho rádio lá de casa. Ou seja, minha história com o Chico estava apenas começando. Mal sabia eu o quanto ele se faria presente em minha vida.
Ao longo de todo o período dos anos de chumbo, eu compraria cada disco seu para procurar mensagens políticas cifradas, que nos davam ânimo para resistir. Vibrei quando Chico adotou o pseudônimo de Julinho da Adelaide para driblar a censura. Acompanhei sua carreira quando morou na Itália. Para mim, assim como para milhares de outras, Chico era lindo, inteligente, politizado e grande compositor.
Chico sabia falar à alma feminina com perfeição. E o mais importante: sabia - sabe ainda! - traduzir como ninguém a alma feminina. As letras de suas músicas cabem perfeitamente em muitas das situações vividas pelas mulheres, desde as mais prosaicas até as mais trágicas! Penso em João e Maria e Valsinha, de um lado, e em Gota d'água e Ana de Amsterdam, de outro.
Não sei se o então rapaz Chico ficou mesmo hospedado na casa daquela velhinha reacionária. Sei que, numa tarde, eu menina fiquei com o rosto colado à grade da casa de esquina, na rua Boa Vista, esperando ver o carinha no alpendre. E vi. Conversando animado, com uma das filhas da professora e outro cara que não pude saber quem era. Vi um sorriso que iluminava o rosto inteiro e me lembro de ter achado lindo o compositor carioca, que naquela época era assim:
Naquela época eu curtia suas músicas numa tal Rádio Mundial, que captava em ondas curtas no velho rádio lá de casa. Ou seja, minha história com o Chico estava apenas começando. Mal sabia eu o quanto ele se faria presente em minha vida.
Ao longo de todo o período dos anos de chumbo, eu compraria cada disco seu para procurar mensagens políticas cifradas, que nos davam ânimo para resistir. Vibrei quando Chico adotou o pseudônimo de Julinho da Adelaide para driblar a censura. Acompanhei sua carreira quando morou na Itália. Para mim, assim como para milhares de outras, Chico era lindo, inteligente, politizado e grande compositor.
Chico sabia falar à alma feminina com perfeição. E o mais importante: sabia - sabe ainda! - traduzir como ninguém a alma feminina. As letras de suas músicas cabem perfeitamente em muitas das situações vividas pelas mulheres, desde as mais prosaicas até as mais trágicas! Penso em João e Maria e Valsinha, de um lado, e em Gota d'água e Ana de Amsterdam, de outro.
Há quem critique as fãs do Chico. Há os caras que sentem ciúmes, porque suas mulheres dizem amar o Chico. Há os que reconhecem que invejam o Chico, porque gostariam de ser como ele: bonito, legal, grande compositor e excelente escritor - no mais, um intelectual que não perdeu o vínculo com o país e seu povo. Eu adorei uma cena de um documentário sobre o Chico, quando um rapaz, ao encontrá-lo na rua, ligou para a mulher, dizendo: "Amor, adivinha quem está aqui na minha frente?" E depois entregou o celular ao Chico, para que falasse com ela. O Chico é assim, adorável.
Quanto mais passa o tempo, mais a produção poético-musical e literária do Chico me parece melhor. Um exercício misto de sensibilidade e leitura do processo social brasileiro, de entendimento da nossa história e da nossa sociedade, em perspectiva permanentemente crítica.
Por isso tudo, eu queria muito ser amiga do Chico Buarque. Não para dar uma de fanzoca, daquelas que viram os olhos e soltam gritinhos ao vê-lo. Eu queria mesmo era sentar por meia hora com o Chico para tomar um café, no Rio de Janeiro ou em qualquer outro lugar. E com ele conversar, como boa amiga, sobre qualquer assunto. Talvez até nem conversar, apenas saborear o café, enquanto penso em como é bom ser amiga do Chico Buarque!
3 comentários:
Oi Bel, eu, Clarice e Adriana também queríamos ser amigas de Chico Buarque. Dias atrás nós escutamos e assistimos vários vídeos do Chico. Foi emocionante para mim, pois além de rever e escutar músicas que adoro, pude me emocionar com as reações das meninas conhecendo muitas das letras e melodias. Por exemplo, Adriana ainda não conhecia Geni, O que será, que será, ela ficou tocada. beijos!
Ei Bel! Que coincidencia vc me deixar um recado, pois justamente há uns 3 dias atrás eu estava lendo seu blog, tentei deixar um comentário, mas algum força sinistra internética me impediu. Ah! E agora te acompanho pelo Google Reader.
Eu simplesmente amei esse post. Como eu queria ser amiga do Chico... sempre pensei isso! Inclusive quando estivemos em Paris, a gente não parava de olhar pros lados pra ver se dava de cara com ele... Imagina que sonho, encontrar o Chico em Paris, e correr o risco dele aceitar um convite pra uma xicara de café au lait? Oh!!!!
Minha querida, espero que tudo esteja bem por ai. To saudades de você, com saudades do Brasil. Alias, vou escutar o Chico agora mesmo.
Beijos!!!!
Lu
oi, Bel. O Chico também é parte das conversas das meninas do Quintal-de-casa, minhas amiguinhas mequetrefes do concurso de 2005.
Adoro sua escrita. Meus escritos não têm mais profundidade do que um pires!
A idéia da Diana para salvarmos a Vivendo e aprendendo é fazer um acampamento de gente q passou por lá nos últimos trinta anos, e só sairmos depois q tivermos o alvará!!!
idéia de vivendinho, sempre passa por acantonamento!
beijos
Postar um comentário