Agora é hora de voltar a lidar com a ausência da filha que viajou novamente. Um mês passa rápido demais quando a gente está ao lado das pessoas amadas que moram longe...
Hoje li, no Vermelho, entrevista da blogueira cubana Yoani Sánchez, cujo blog é saudado como o mais premiado no mais curto tempo de existência em toda a blogosfera. E aprendi uma lição: este espaço de reflexão e expressão pode muito bem servir para toda ordem de manipulação dos leitores. Seu blog, traduzido para 17 línguas, é um dos mais caros da web. E é de oposição, de denúncia daquilo que ela denomina as mazelas do governo cubano, tais como a falta de liberdade de expressão. Você pode visitá-lo e ver como Yoani escreve sobre tudo o que bem entende e ainda faz uma lista de grande número de blogs cubanos de oposição ao governo. E tudo isso em um país em que não há liberdade de expressão!
Isso me leva a refletir sobre o sentido de escrever aqui rotineiramente. Entre meus leitores há os que me conhecem e sabem de minhas preferências políticas. Mas também há aqueles que não fazem muita idéia de quem sou, que tipo de sociedade defendo ou em que candidatos voto.
É difícil exercer a liberdade de pensamento e expressão sem, em alguns momentos, chocar-se com a visão de mundo de outras pessoas. Esse é o risco que se corre quando se tem um blog. Por isso, é importante reafirmar sempre o respeito à pluralidade de pensamento, abrindo espaço para que os leitores possam manifestar sua discordância e seus questionamentos.
Hoje as notícias mais confiáveis estão na internet, não nos portais da velha grande mídia, mas nesses espaços ocupados por jornalistas independentes, professores e quaisquer pessoas que se disponham a apreender a realidade e a expressar suas reflexões, como forma de reação ao viés alienante das redes de televisão e dos jornalões. Há quem preveja o fim irreversível da imprensa tradicional, derrotada pela cada vez maior circulação de notícias via internet.
Some-se a isso a corrosão da credibilidade jornalística dos veículos que não mais conseguem disfarçar sua parcialidade em relação ao momento político que vive o Brasil. A manipulação corre solta: desde a seleção de conteúdos negativos a determinado candidato até os perigosos truques metodológicos dos institutos de pesquisa de intenção de votos, ligados a jornais e emissoras de televisão; desde as entrevistas cordiais com um candidato até a agressão verbal com outro.
Em suma, a imprensa se transformou, no Brasil, no maior partido de oposição, como bem definiu a presidente da Associação Nacional de Jornais: Na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos. Por isso estamos fazendo.
Isso foi dito por Judith Brito, presidente da ANJ e funcionária do grupo Falha, ops! Folha de São Paulo. Sinal de que o jogo, principalmente neste período pré-eleitoral, vai ser pesado. Preparemo-nos.
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