Os dias estão sendo bons em Araxá. Não faz calor e o frio começa a chegar. A casa de meus pais se encheu de movimento, barulho e riso.
Leio as notícias de Brasília e não me surpreendo com o curso dos acontecimentos após a soltura do governador cassado José Roberto Arruda.
Por que não me surpreendo? Porque qualquer cidadão com alguns anos de observação da política de Brasília sabe que essa turma, instalada no poder desde o início da Era Roriz, não larga facilmente o osso. E acredita na impunidade acima de todas as coisas.
A Câmara Legislativa, flagrada na criminalidade e na falta de vontade no combate à corrupção, correu a se organizar para garantir a eleição indireta do novo governador. Agora, às vésperas de indicar o novo governador, tenta mudar as regras, com o jogo em movimento! Isso porque os aliados de Roriz, Arruda, PO e demais criminosos perceberam que, ao permitirem a inscrição de diversos representantes dos partidos que apóiam essa corja, correm o risco de perderem as eleições para a oposição, pela fragmentação dos votos de sua base. Agora já falam em unificar chapas, ao arrepio da lei que a própria CLDF elaborou e aprovou...
É por essas e outras que defendo a intervenção federal. Tenho certeza de que as articulações continuam sendo feitas para garantir a permanência desse grupo no poder. Mudam os nomes e caras, mas o grupo de criminosos a manipular a máquina estatal continua o mesmo. Apenas com intervenção federal total e com a "limpeza" das polícias locais Brasília conseguirá se livrar desses políticos que vem, em todos estes anos, estimulando a indigência política de sua população, para se perpetuar no poder. E não basta cassar os mandatos desse pessoal: é preciso também bloquear contas bancárias e patrimônio físico. Só assim o produto dos roubos poderá voltar aos cofres públicos.
É necessária a intervenção federal, acompanhada de uma "operação mãos limpas" em todos os poderes - executivo, judiciário e legislativo - e também nos órgãos policiais. Será descoberta uma rede enorme de conexões, que ligam integrantes desses poderes e das polícias, um emaranhado complexíssimo de relações de proteção mútua que garante a impunidade de uns e outros. Mas é preciso ir fundo nas investigações e retroceder no tempo, para neutralizar o capo dos capos, antes que ele volte triunfante à cena política do DF.
Antes de abordar o próximo assunto deste blog - a prisão do assassino dos adolescentes em Luziânia -, lembro a todos que essa é a cidade com o maior número de assassinatos no Brasil, proporcionalmente à população. E é também o local onde se originou um certo tipo de político que Brasília conhece tão bem.
Até mais!
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