segunda-feira, 7 de junho de 2010

Como está o Acre, hoje?

Recentemente tive notícias fresquinhas do Acre. Não sei por que simpatizo tanto com esse estado brasileiro; talvez porque tenha amigos acreanos e tenha também conhecido grandes cidadãos de lá. Posso dizer que tenho, hoje, grandes amigos que vivem e trabalham em Rio Branco.

E as notícias que recebo confirmam o que os amigos me dizem. O Acre de hoje é irreconhecível se comparado àquele de 15 anos atrás. Mudou inacreditavelmente.

A população acreana hoje é de 655.385, distribuída em 16.422.136,05 hectares - 464.680 em áreas urbanas e 190.705 em áreas rurais. Desses habitantes, 15.852 são indígenas, vivendo em 167 aldeias. Isso é mais do que alguns países europeus, não? Mas não é essa a mudança de que falo. Vamos aos dados.

O salário de professor do ensino fundamental no Acre é de R$ 1.498,00 por vinte horas semanais, contra R$ 863,64 em São Paulo, R$ 850,00 em Minas Gerais; R$ 504,20 no Rio Grande do Sul e R$ 827,42 em Brasília.

A posição daquele estado no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) passou, no período de 1999 a 2007, de 25º para 10º em Português e de 26º para 13º em Matemática (terceira série). Essa avaliação consiste em provas de matemática e português, elaboradas pelo Ministério da Educação, aplicadas a todos os alunos da rede pública, do primeiro ao terceiro ano.

O mesmo se verifica com a posição do Acre no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que, no ensino médio, passou de 17º para 10º em Português e de 20º para 13º em Matemática.

Assim como os da Educação, também os indicadores da Saúde melhoraram, com aumento da expectativa de vida ao nascer e da expectativa de vida aos 60 anos. Trabalho e renda também apresentam índices positivos nos últimos 10 anos.

Há muitos programas de inclusão social em andamento, para além daqueles do governo federal. Um dos mais bacanas deles é o projeto de inclusão digital, denominado Floresta Digital. Vejam como é a infovia que cobre todo o estado:


Se tiver computador, a pessoa deverá apenas adquirir uma antena de R$ 80 para ter acesso à banda larga oferecida pelo governo estadual. Para os que não tem computador, há os telecentros públicos e gratuitos. Imaginem a importância disso para o estado, em que o isolamento de algumas regiões se agrava dependendo das condições climáticas.


Outra iniciativa interessante é a Escola da Floresta, que oferece cursos técnicos destinados a formar profissionais aptos ao manejo sustentável dos recursos naturais do estado. Isso é importante quando se pensa que o Acre possui reservas extrativistas, terras de propriedade do Governo Federal cujo uso é controlado pelas associações comunitárias de seringueiros e outros moradores tradicionais da floresta. Herança da luta de Chico Mendes, que dá nome a uma delas, na cidade de Xapuri.

Tem muita coisa rolando e fazendo com que o Acre se torne um lugar cada vez melhor para se viver. O estado tratou de proteger as manifestações culturais e a medicina popular, registrando patentes de todo o patrimônio material e imaterial de seu povo. Isso evita que aconteça o que aconteceu com produtos brasileiros que tiveram suas patentes registradas por estrangeiros, como ocorreu com a rapadura e o cupuaçu, ocasionando batalhas judiciais em foros internacionais.

Se eu já fui ao Acre? Não... Mas ainda vou lá, com certeza! Preciso ver de perto essas mudanças, conversar com as pessoas, fotografar. Por falar em fotografias, deixo aqui duas no estilo "antes x depois", para vocês terem uma idéia das mudanças físicas na cidade de Rio Branco:

Canal da Maternidade - Antes

Canal da Maternidade - Depois

Se você quiser ver mais fotos comparativas, clique aqui. As do palácio do governo são de cair o queixo, tamanha a transformação.

Pois então. Faltou dizer que os homens e mulheres acreanos que conheci tem orgulho da história de seu estado. Hoje, recuperaram a auto-estima de cidadãos, além de terem avançado visivelmente na qualidade de vida. Mas ainda há muito por fazer, com certeza. Ainda há problemas históricos, cuja resolução não depende apenas das prefeituras e governo estadual, pois dizem respeito à desigualdade estrutural da sociedade brasileira. Mas, também com certeza, os tempos dos políticos-bandidos, manejadores de motosserra, ficaram para trás. Espero que definitivamente.

Um comentário:

Genrão disse...

Muito boa essa matéria! Não fazia ideia desses avanços! Muito legal! Vamos visitar o Acre? Bjo!